Os compromissos que me prendem na cidade de Vitória me impedem de ficar mais tempo no local que mais gosto: No meliponario da Serra do caparaó, situado em Patrimônio da Penha, no município de Divino de São Lourenço (ES).
Neste fim de semana que foi alongado pelo feriado de quinta feira, 03/06 e pelo enforcamento de sexta feira, foi possível aproveitar para usufruir melhor deste local que tanto gosto.
Meliponario Capixaba foto de Adriana Pessotti
foto de Adriana Pessotti
Estava frio, dando mostras que o inverno está chegando mesmo. O triste foi constatar que me esqueci de levar uma garrafa de vinho.
A temperatura mais alta que olhei foi 14 º, enquanto pela manhã cheguei a pegar 7,5º. Ao contrário do que já ouvi, ou melhor, li, nesta temperatura as abelhas trabalham sim. Pelo menos parte do enxame. Neste friozinho da serra, as mandaçaias estavam voando para coletar. O mesmo acontecia com as uruçus capixabas, estas em menor intensidade. Inclusive, num destes dias ainda bem cedo e frio, vi ao acordar que o alimentador externo que fora esquecido na véspera, estava cheio de mandaçaias. À medida que esquentava um pouco o movimento ia aumentando e quando batia as 10 badaladas matinais com 12 º de temperatura, era bom o movimento das aladas.
Com o frio não foi possível fazer muitos manejos e como não havia muito o que fazer em termos de trabalho na terra, fiquei mais à toa para dar umas voltinhas com minha esposa e o filho que me acompanhou.
Não é só no verão temos belos finais de tarde no Caparaó. Nestes dias também tivemos um belíssimo céu, como pode ser conferido nestas imagens.
foto de Adriana Pessotti
Foto de João Luiz
Com um tempo a gente vai ficando mais tarimbado e fica mais hábil para localizar as abelhas em seus ninhos naturais. Já localizei ninhos de mandaçaias, de Schwarziana Mourei,esta uma bela abelha de chão. O mel dela é delicioso, só que meio complicadinha de se criar em caixas, então melhor que fique pelo chão mesmo. Conheço por lá também alguns ninhos de iraí e jataí.
Nesta viagem me deparei com um tronco de árvore já morta e logo pensei que alí poderia haver abelhas. Não deu outra: O tronco é habitado por um enxame de abelhas pretas e valentes, que constroem uma entrada muito bonita de barro e resina. Pedi ajuda no grupo ABENA para tentar identificar mas não houve uma conclusão definitiva. Não é a boca sapo tradicional como inicialmente pensou o Kalhil, pois o ninho está no oco e a entrada é um pouco diferente. O Amigo Eurico de Sabará pensou ser Scaptotrigona póstica (mandaguari preta). Já para o Heráclito, pode se tratar da Tetragona clavipes, conhecida como Borá. Mas não ficou por aí, pois o Jose Halley, também se pronunciou, dando outra opinião: seria para ele, uma scaptona bipuntacta. Como confusão pouca é bobagem , o mestre Cappas também entrou na conversa e falou que pode não ser nenhuma delas mas sim uma espécie ainda desconhecida, intermediária entre outras espécies.
Bem, isto agora ficou confuso para todos e quem sabe não teremos uma nova espécie sendo catalogada? Agora é enviar alguns exemplares para a USP ou Universidade de Viçosa, sem é claro, deixar de colocar fotos da abelha para os companheiro do grupo ABENA terem mais dados além do que apenas imagens da entrada.
Eis as fotos da entrada da abelha que está longe um consenso, quanto à identificação. Dê também a tua opinião.
Olá amigo João,
ResponderExcluirque lugar lindo...,seu meliponário fica num paraiso...
Com certeza,para nós que amamos as abelhas nativas,um final de semana em contato direto com elas é um ótimo programa,principalmente com novas descobertas melipônicas.
O blog está muito bom,como sempre.
Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.