Melipona Capixaba


MELIPONA CAPIXABA - CONHEÇA A ESPÉCIE

Melipona capixaba Moure & Camargo apresenta operárias robustas, de tamanho relativamente grande, comprimento total aproximado de 10,8 mm, cabeça e tórax predominantemente castanho-escuros, mesonoto negro muito liso e brilhante e tergos negro-brilhantes.
Popularmente é conhecida como uruçu-negra, pé-de-pau, ou uruçu-capixaba.
Tem sua distribuição conhecida restrita ao Espírito Santo, regiões com altitude entre 700 m e 1.000 m e com vegetação de Mata Atlântica do tipo Floresta Ombrófila Densa (Melo 1996, Nascimento 1996).
Devido à degradação do seu habitat natural, M. capixaba foi incluída na lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção pela Instrução Normativa n° 3, de 27 de maio de 2003, do Ministério do Meio Ambiente.
Apesar da importância das abelhas nativas para a polinização das áreas naturais onde ocorrem pouco se sabe sobre a biologia e ecologia de M. capixaba. Essas informações representam importantes contribuições para orientar ações de conservação da espécie.

Fonte:http://www.scielo.br









Meliponario Capixaba
Sugestões para um plano de manejo para a melípona capixaba

Considerações iniciais:
Entendemos que a situação da espécie é bastante complicada, pois sofreu e ainda continua sofrendo uma grande pressão por retirada de seus ninhos naturais e, principalmente, porque com o grande desmatamento ocorrido nas últimas décadas, ficou muito difícil para esta e outras espécies conseguirem locais para os ninhos pois não há  mais uma quantidade razoável de árvores com dimensões adequadas para servirem de ninhos para os novos enxames. As poucas árvores frondosas que sobraram são disputadas pelas abelhas nativas e pelas abelhas exóticas, que cada vez mais recebem incentivos, enquanto que a criação das espécies nativas sofre fortes restrições.
Acreditamos que para salvar a espécie da extinção são necessárias ações amplas envolvendo criadores, população, e diferentes instituições. Entendemos ainda, que medidas simples e meramente repreensivas dificilmente resolverão a problemática. O ideal seria criar uma fundação ou Instituto para centralizar e coordenar as ações.  Não adianta pensar que o caminho para a salvação da espécie é intensificar as exigências sobre os criadores, dificultando a atividade. Entendemos que se não houver ações urgentes, não vai demorar muito tempo que elas não mais existam na natureza, mas apenas nas mãos destes criadores, que dedicam atenção e cuidados para conservação e multiplicação.
Propostas para um plano de manejo:
- Ampla pesquisa em toda a região de ocorrência visando à descoberta e mapeamento do maior número possível de ninhos naturais que ainda existam;
- Levantamento das árvores em que preferencialmente nidificam e também das espécies de árvores que forneçam intensivamente alimento. Produção destas árvores em viveiros e ampla distribuição e reflorestamento com estas e outras árvores com as mesmas características, incluindo espécies exóticas, que sejam fontes de néctar e pólen durante o inverno, quando a Mata Atlântica é pobre em florada;
- Intenso e permanente trabalho de conscientização sobre a importância ambiental que envolve a questão, e ainda sobre a legislação e conseqüências do desrespeito ás normas vigentes;
- Projetar ninhos provisórios e definitivos para receber enxameamentos, como compensação da redução dos espaços naturais. Fabricação e farta distribuição em um raio de 2 km, de todos os ninhos naturais encontrados com posterior monitoramento. Para uma melhor atratividade, os criadores racionais deverão disponibilizar atrativo produzido a partir de cera e geoprópolis da própria espécie.
- Monitoramento e proteção dos ninhos naturais encontrados para que não pereçam. Em casos de grave apodrecimento ou de queda das árvores estas colônias deverão ser enviadas aos meliponarios, onde serão transferidas para caixas racionais padronizadas;
- Oferta de cursos de  meliponicultura consciente  para todos os criadores;
- Fabricação de caixas racionais e padronizadas e distribuição gratuita;
- Cadastro, contagem e pesquisa estatística de todas as colônias em poder dos criadores. Levantamento do histórico das colônias;
- Qualquer autorização de manejo que envolva poda de árvores e autorização de desmatamento só ocorrerá depois que meliponicultores e pesquisadores fizerem um levantamento da área;
- Toda apreensão de madeira deverá ser sucedida de um levantamento de possíveis ninhos de ASF que deverão ser encaminhadas aos meliponarios cadastrados;
- Eventuais apreensões  de abelhas, mesmo fora do Espírito Santo devem resultar na devolução da espécie para área de ocorrência.

Entidades que podem ser envolvidas:
IBAMA, IEMA, UFES, INCAPER, IDAF, Associações de meliponicultores e de moradores,     
IBGE, dentre outros.