quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Própolis vermelha

Globo Rural
17.10.2010




Uma substância cobiçada pela indústria farmacêutica do mundo todo transformou a própolis vermelha num produto de alto valor no mercado. E esse tipo de própolis só existe num lugar aqui no Brasil, no litoral de Alagoas.  Vamos, então, saber que substância é essa. E visitar uma criação de abelhas no meio do manguezal, um lugar que desperta a atenção e o interesse de negociantes internacionais.
Dos 17 municípios que compõem a faixa litorânea de Alagoas, 12 têm apicultores que trabalham com a própolis vermelha. Em Marechal Deodoro, um dos mais conhecidos é José Marinho de Lima, que atravessa a lagoa Manguaba para nos encontrar. Junto dele, está o filho Carlos.
A viagem até o outro lado da lagoa não demora mais do que 15 minutos, tempo suficiente para Marinho lembrar de vinte e poucos anos atrás, quando começou sua criação de abelhas. “Tudo improvisado. Até caixa nós tivemos que improvisar, tudo improvisado, porque, naquela época, em Alagoas, não se falava nem em abelha. A propriedade era de bisavós, de avós, de pai. Uma coisa interessante, a apicultura, porque o indivíduo que entra na linha da apicultura normalmente não sai mais, porque é apaixonante”, diz.
“A placa é para prevenir, porque é a segurança. Já está avisado de que não deve destruir nada aí, não deve fazer zoada. Passar, ele pode passar tranquilo, só não pode mexer nas caixas”, explica Marinho.
Em terra firme, ainda temos uma pequena caminhada ilha adentro. Além de suas 200 caixas de abelha, Marinho conta com exatos 671 coqueiros. Tudo caprichadamente numerado. “Os produtivos estão todos numerados. Agora tem muitos coqueiros novos que ainda não foram numerados porque não estão na faixa de produção ainda”, diz.
“O máximo que eu tirei é 8.500 cocos, mas fica em torno de cinco mil cocos, seis mil cocos, de dois em dois meses ou de três em três”, explica o apicultor Carlos Lima, andando pelo coqueiral.
Ele ajuda o pai apenas com as abelhas. “Já levei muita picada. No começo, eu passava dois três dias sem conseguir. Ficava inchado, delirando, com febre. De tanto levar, acostumei um pouco, mas sofri um bocado”, diz Carlos.
Bem perto da entrada do apiário, o coqueiro de número um indica que é hora de colocar a roupa de apicultor. “Esquenta um pouquinho, mas só que aqui a gente é protegido também pela natureza. As árvores são altas, tem essa vantagem, essa grande vantagem. Sombreado é o apiário ideal para a produção da própolis. Nossa própolis é diferente. Em vez de ela ser seca, ela é liguenta, e, se ao sol, derrete como chiclete”, explica o apicultor.
No apiário, a fumaça serve para acalmar as abelhas, mas, antes da coleta da própolis, vale uma explicação.
Uma caixa de abelhas voltada para a produção de mel é assim, fechada de todos os lados. Só mesmo o alvado embaixo para elas entrarem e saírem. Já quando o objetivo é a produção de própolis, a caixa tem esses vãos, deixados de propósito pelo apicultor para estimular a vedação.
 “A estrutura tem a finalidade de vedar todas as frestas da colmeia para evitar o ataque de predadores, para evitar o excesso de luminosidade, para evitar o excesso de corrente de ar. A tendência é fechar tudo”, afirma Marinho. “O coletor de própolis funciona da seguinte forma. É removível. Quando você remove o coletor, a própolis está aqui. Você tira um e automaticamente já coloca outro. Tira um e, ao mesmo tempo, vir com outro e colocar no mesmo lugar”, explica o apicultor.
De volta ao apiário, veja como as abelhas trabalham para fechar as brechas do coletor. Elas parecem incansáveis. E, geralmente, depois de uma semana...
“Aqui está na faixa de trinta gramas, mais ou menos, de própolis. Isso varia. Eu já consegui tirar aqui numa semana 2,7 kg de própolis. Foi o máximo. Mas aí varia, 1,8 kg, 1,7 kg, 2,1 kg. Fica variando. O mínimo foi 200 g por semana. Isso é sazonal, depende do tempo. Tem abelha que numa semana está cheia de própolis. Na outra semana, ela não tem nada”, diz Marinho.
“O trabalho da própolis é mais simples. Você basta usar o coletor e vai ser um trabalho externo. Já para o mel, nós temos que abrir da caixa e temos que tirar o alimento, que é o alimento da abelha. É a mesma coisa de uma pessoa tirar o alimento da sua casa”, afirma Carlos. E para não enfraquecer a colmeia, Marinho e o filho Carlos não tiram o mel das abelhas.
“Olha, você está vendo aqui três caixas, três coletores, numa alta produtividade. É simplesmente notável a quantidade de própolis que tem aqui. Se você conseguir uma repetição disso, é um espetáculo, um espetáculo. Uma produção dessa não é comum”. A própolis vermelha só dá onde tem o rabo de bugio, uma planta típica do manguezal.
Você que consome mel com frequência sabe que, dependendo da florada, o produto tem cor e sabor diferentes. O mel de laranjeira, por exemplo, não é igual ao mel de eucalipto, de cana-de-açúcar e assim por diante. O mesmo ocorre com a própolis. Ela muda de característica de acordo com a vegetação de cada região. O Bruno Cabral é biólogo e vai mostrar o rabo de bugio, a planta de onde as abelhas tiram a resina para produzir a própolis vermelha.
“É quase que uma trepadeira. Ela é uma planta que faz parte do grupo das leguminosas, que é mesmo grupo da soja, da alfafa, do feijão. O nome científico do rabo de bugio ou bugio, como é popularmente conhecido, é Dalberguia ecastaphilum. A ocorrência principal dela vai desde o sul da Flórida até o limite sul do Brasil e existe também registro na costa leste do continente africano”, diz Cabral.
Com o rabo de bugio por perto, a abelha aproveita qualquer fissura no galho para raspar a resina e levá-la para sua colmeia. Em alguns momentos, elas rodam, rodam, como se estivessem dançando. O vermelho intenso da resina é o que dá a cor para a própolis. Com a perninha de trás carregada, as abelhas levantam vôo.
Dos treze tipos de própolis existentes no Brasil, cinco são da região Sul, um dos estados do Sudeste e sete do Nordeste. A própolis vermelha de Alagoas foi a última a ser descrita e catalogada pelos pesquisadores. A sua particularidade é uma substância nobre chamada isoflavona, que tem dado o que falar.
Este é o laboratório onde trabalha o agrônomo Severino Alencar, na Esalq, em Piracicaba, São Paulo. Severino coordena o grupo de estudos em própolis do CNPq, que envolve a USP, a Unicamp e a Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais.
“Nós já investimos, em quatro anos, em torno de R$ 1,2 milhão. Essa é a primeira vez que a gente tem uma quantidade de recursos significativos para estudo de uma única própolis. É um produto natural, rico em isoflavonas. Nunca se encontrou isso uma própolis brasileira e com grande de aplicação na indústria de alimentos e farmacêutica”, diz Severino.
A isoflavona é uma substância geralmente encontrada em plantas das famílias das leguminosas. A mais famosa delas é a soja. Sobre a isoflavona da própolis vermelha, os estudos indicam um futuro promissor. “A gente mostra que realmente é uma boa fonte de combater radicais livres. E quem não gostaria de envelhecer com qualidade, já que nós envelhecemos por ataque de radicais livres”, afirma o pesquisador.
Ainda em Piracicaba, bem pertinho do professor Severino, trabalha o doutor Pedro Rosalen, farmacêutico e professor da Faculdade de Odontologia da Unicamp. Em seu laboratório, há 12 anos vem analisando os mais diversos tipos de própolis, da verde à marrom, e, agora, a vermelha.
Em todas elas, encontrou bons resultados no combate à formação da placa dental, “que é o início, muitas vezes, de problemas de saúde odontológica, da saúde bucal, como a cárie dental e a doença de gengiva”, explica.
“Ela mata a bactéria causadora dessa placa no dente. Mas o mais curioso é que, em baixa concentração, ela não mata a bactéria, ela diminui o que nós chamamos de fatores de virulência. Porque não adianta você matar a bactéria especialmente numa ambiente como a boca, porque, dali a alguns minutos, nós vamos ter outras bactérias povoando a boca novamente. Então, talvez, uma forma mais eficiente de combater essas bactérias da boca seja diminuindo ou enfraquecendo o seu poder de causar doença”, explica o farmacêutico.
Por conta de descobertas assim, a procura pela própolis vermelha chamou a atenção do mercado internacional, principalmente do Japão. O interesse dos japoneses pela própolis vermelha é tamanho que, uma vez por ano, eles desembarcam aqui em Alagoas para visitar os apiários. Só que tudo em segredo, tudo em sigilo. Tanto que eles acabaram de descer daquela lancha e não quiseram gravar nenhuma entrevista e nem permitiram que a nossa equipe de reportagem acompanhasse esse momento.
Ainda assim, conseguimos flagrar uma pequena movimentação, até que fomos autorizados a conversar com o exportador Cezar Ramos Júnior, que, há 16 anos, vende uma outra própolis, a verde, para esses compradores. “Não sabemos o que vai ser produzido, e, na verdade, ainda são em escalas muito pequenas. Vamos dizer que hoje ainda é escala em nível de pesquisa”, diz.
Os japoneses já detêm 43% das patentes de própolis no mundo inteiro, e são eles que compram a maior parte da produção da própolis vermelha de Alagoas, que, hoje em dia, gira em torno de uma tonelada e meia por ano.
Para organizar toda a cadeia de produção e comercialização da própolis vermelha, desde 2007 o Sebrae vem trabalhando junto aos apicultores. A analista técnica Amanda Bentes é quem presta assessoria nos projetos que envolvem esse nobre produto de Alagoas.
“A própolis na cor vermelha existe em outros países, inclusive na África. Porém, com as propriedades diferenciadas, essas que estão sendo buscadas pelo mercado, só é produzida em Alagoas. O próximo passo é a gente conseguir uma indicação geográfica. Indicação geográfica é um selo de qualidade que é cedido pelo INPI, Instituto Nacional de Propriedade Industrial, o qual corresponde que aquele produto ele é natural, tem uma forma diferenciada de fabricação, tem propriedades diferenciadas e que são respeitadas pelos produtores locais”, diz Amanda.
Enquanto a indicação geográfica não vem, enquanto as pesquisas avançam e enquanto o mercado da própolis vermelha se consolida, o litoral de Alagoas só tem a ganhar com o desenvolvimento dessa atividade em seus manguezais, como ressalta o biólogo Fernando Pinto, do Instituto para Preservação da Mata Atlântica.
“Quisera eu que todos os outros ecossistemas descobrissem uma própolis de cada cor para que a gente pudesse ter em cada ecossistema um grupo, como são esses apicultores, preocupados em preservar essas áreas. Se você não preservar a mata, atinge o manguezal. Se não preservar o manguezal, você atinge a Mata Atlântica. Não tem como você dissociar esses dois ecossistemas”, afirma Fernando.
Vale lembrar que nem toda própolis vermelha contém isoflavona. Só exames de laboratório podem confirmar essa qualidade no produto.

domingo, 17 de outubro de 2010

brasileiros não notam importância da natureza para vida

Uma pergunta feita pela ONG WWF Brasil à população constatou que a maioria dos brasileiros não se lembra da importância do meio ambiente para a preservação da vida quando a indagação é feita aleatoriamente. A indagação “o que você precisa para viver?” gerou, majoritariamente, respostas como: amor, família, amigos, sol e saúde.
A iniciativa faz parte da campanha cujo lema é Cuidar da Natureza é Cuidar da Vida, lançada nesta semana pela ONG. Para o coordenador do Programa para a Água Doce da WWF Brasil, Samuel Barreto, as respostas revelam a importância de conscientizar a população sobre o papel do meio ambiente na preservação da vida. “A ausência da natureza nesse tipo de preocupação mostra a necessidade de colocar esse debate junto com a opinião pública e criar esse mecanismo de sensibilização”.
Ele destacou que o engajamento do cidadão tem uma relação direta com a questão do consumo. “Porque os nossos hábitos de vida trazem impactos sobre o meio ambiente. É aquilo que a gente chama de ‘nossa pegada ecológica’. Isso também chama para uma reflexão sobre o nosso modo de vida, sobre a questão de conscientização, sobre a parte de consumo responsável, alertando para as consequências que o descuido com a natureza pode provocar”.
Entre elas, Barreto citou a redução da biodiversidade e de serviços ecológicos, como clima e água. Na campanha, a WWF Brasil está propondo ao governo a criação de unidades de conservação em todos os biomas, “como uma forma efetiva de você garantir a manutenção dessa diversidade biológica”.
Os principais focos da ONG são a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco, em Jauaperi (Amazonas); Parque Nacional dos Lavrados (Roraima); Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (Goiás); Parque Nacional Boqueirão da Onça (Bahia) e outras unidades no Cerrado do Amapá, no Tabuleiro do Embaubal (Pará), no Croa (Acre), no extremo Sudoeste do Pantanal e em Bertioga, São Paulo.
Próximo presidente – Segundo Barreto, a proposta será levada ao futuro governante do país. “É uma campanha de mobilização e também de contribuição para o próprio governo, uma vez que ele se comprometeu na Convenção da Biodiversidade das Nações Unidas a garantir a proteção de um percentual de biomas do Brasil”.
A sugestão feita pela WWF Brasil é para que as metas assumidas pelo Brasil sejam cumpridas ainda este ano. “Então, é para o atual governo, mas pode continuar para os demais”. De acordo com o coordenador, o objetivo é apoiar a lista prioritária de unidades de conservação do governo.
A entidade propõe ainda que políticas públicas busquem o uso sustentável dos recursos e prevejam atividades turísticas realizadas de forma coordenada em unidades de conservação, que podem resultar na geração de emprego e movimentar a economia local.
A campanha, que terá desdobramentos envolvendo, por exemplo, a questão da segurança alimentar, foi considerada bem-vinda pelo diretor de Florestas da Secretaria da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João de Deus Medeiros. Ele afirmou que o movimento “dá uma sinalização clara de setores da sociedade que entendem a importância desses investimentos”. (Fonte: Portal Terra)

domingo, 10 de outubro de 2010

O Equivocado Incentivo Institucional à Criação de Abelhas Africanizadas Próximo aos Parques Nacionais.

     O Município de Dores do Rio, entorno no Parque Nacional do Caparaó, pretende ver a sua produção de mel de abelhas apis dobrada. A pergunta deve ser se isto é uma decisão coerente com  a concepção de preservação ambiental adequada para  uma região inserida no contexto de um importante parque nacional.
     A união de esforços por parte do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper),Prefeitura de Dores do Rio Preto, a Federação Capixaba das Associações de Apicultores (Fecapis) e a Associação Apícola Sustentável do Caparaó Capixaba (Apimel). Os  recursos vieram da   SAMARCO, liberados ao município de Dores que foi o vencedor com o Projeto 'Desenvolvimento da Apicultura Sustentável', elaborado pelo Incaper em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
     Antes da implementação do projeto, existiam conhecidas, 120 colônias em caixas com os produtores. Fora uma outra quantidade na natureza.

     Com o projeto, só de saída, foram entregues a 12 apicultores, 120 colméias e kits para a produção. Além disto, foi inaugurada uma unidade de processamento de mel. Por ironia, a entrega dos kits e a unidade de processamento ocorrem em Pedra Menina, um ícone do Parque Nacional do Caparaó, um portal para o Pico da Bandeira, uma região que deveria estar sendo preservada a qualquer custo.
     A intenção dos envolvidos até que foi boa. Pretendia-se uma diversificação da agricultura, polinização do café e acreditavam no projeto como uma ação ambiental, graças à polinização proporcionada pelas abelhas. 
     Mas infelizmente os envolvidos não se lembraram que é uma regra básica em locais em que se busca preservar o que ainda resta de patrimônio ambiental, ou mesmo recuperar áreas já degradadas, é não inserir elementos exóticos nestes ambientes.
     Valerá a pena, em troca da produção de mais 03 ou quatro toneladas de mel, colocar neste tipo de ambiente mais abelhas de outros continentes, abelhas muito enxameadoras, esfomeadas e também estremamente defensivas com ferrão e veneno,(Apitoxina) ?
     A Região do Caparaó possui uma invejável quantidade e variedade de abelhas nativas sem ferrão, já localizei espécies raras, que nem sequer constavam como presentes no ES, como é o caso da Schwarziana mourei. Pode ainda  possuir  abelhas ainda não identificadas, pode até surpreender apresentando entre as suas centenas  de espécies, a própria uruçu capixaba, esta maravilhosa  espécie que fascina criadores e pesquisadores de todo o Brasil, e mesmo tendo tudo para ser mais um símbolo do Espírito Santo, permanece desconhecida pelos capixabas. 
     Este projeto de criação de abelhas africanizadas tão junto a um Parque Nacional tem a interessante pretensão de favorecer a a economia local. Mas, não se deve deixar de vislumbrar que  vocação maior da Região do Caparaó não é a apicultura, mas sim o turismo, principalmente o turismo ecológico, aquele movido por pessoas que  desejam estar em locais preservados.  O caminho para o Caparaó é a preservação, e preservação é também NÃO incentivar a criação de animais e plantas de outros ecossistemas.  
     É sempre bom lembrar que ainda não sabemos tudo sobre a relação planta / inseto que envolve o processo de polinização; mas sabe-se que as abelhas nativas fazem a polinização de mais de noventa 90% da Mata Atlântica, e que existem plantas que são polinizadas exclusivamente por abelhas nativas. 
     A abelha apis visita quase todas a flores mas a sua forma não permite polinizar boa parte delas. Ou seja, há mais africanizadas  se alimentando do que polinizando. Além disto, com o desmatamento dos últimos anos as abelhas nativas estão com dificuldades para encontrar locais para nidificar (construir seus ninhos) e o projeto vai permitir de início, mais 120 caixas de abelhas exóticas com altas possibilidades de que venham um dia  a disputar os ocos de árvores com as nossas mandaçais,uruçus, jataís, e centenas de outras espécies nativas do Caparaó.
     Como de boa intenção o inferno está cheio, cabe agora a Incaper, SEBRAE, Prefeitura de Dores do Rio Preto e principalmente à SAMARCO compensar o impacto ambiental causado às nossas abelhas nativas, mesmo que involuntariamente, divulgando a criação de das abelhas brasileiras, ensinando a estes apicultores recém formados a importância de se preservar e de criar de forma racional e responsável as nossas abelhas nativas, enquanto elas existem.
     Existe uma grande demanda reprimida por mel da abelha jataí, por exemplo. Os méis das abelhas sem ferrão sempre foram reconhecidos pelas populações tradicionais como tendo poder curativo, além de serem famosos pelo sabor,  textura e cores personalizados. 
     Se no Município de Dores for incentivada a criação racional de abelhas nativas e a produção de mel nativo,a resposta do mercado tende a ser muito positiva, já que a busca pela saúde, e qualidade de vida é uma caracteristica dos visitantes e dos que procuram a região como morada.
     De carona, o turismo rural e educativo podem ser impulsionados com a visita aos meliponários, locais que proporcionam lazer e conhecimento com as inofensivas abelhas sem ferrão.
   

sábado, 9 de outubro de 2010

2010Cientistas solucionam morte em série de abelhas nos EUA

Cientistas solucionam morte em série de abelhas nos EUA

A combinação de um fungo com um vírus é a provável solução do mistério por trás das mortes de abelhas nos Estados Unidos – desde 2006, entre 20% e 40% das que viviam em criações no país morreram sem causas claras.
A conclusão é de estudo publicado no jornal científico “PLoS One” por cientistas do Exército americano em Maryland e entomologistas (especialistas em insetos) de Montana.
Os culpados até então pelos “colapsos” nas colônias de abelhas iam de pesticidas a comida geneticamente modificada. A pesquisa encontrou a combinação de um vírus baseado em DNA e um fungo chamado N. ceranae em todas as colônias de abelhas estudadas. Os especialistas sugerem que, sozinho, nenhum dos agentes á capaz de matar as abelhas; juntos, são fatais.
Os pesquisadores usaram um sistema desenvolvido pelo Exército americano, que busca as proteínas únicas em uma amostra e então identifica um vírus ou outra forma de vida microscópica baseada nessas proteínas.
O modo exato de como a combinação mata as abelhas permanece incerto, os pesquisadores dizem. Mas há pistas sólidas: tanto o vírus quanto o fungo proliferam em tempo frio e úmido, e ambos fazem seu trabalho sujo no intestino da abelha, sugerindo que a nutrição do inseto é de alguma forma comprometida.
Uma dificuldade para solucionar o colapso das colônias, segundo os cientistas, é que as abelhas não apenas morrem – elas voam da colmeia em todas as direções, e então morrem sozinhas e dispersas. Isso dificulta a realização de um grande número de autópsias de abelhas, para tentar encontrar as causas das mortes. (Fonte: Folha.com)