A revisão das colônias é sempre um momento de prazer para o meliponicultor pois nesta oporunidade se tem um contato com o ninho, os discos em seus detalhes. Vemos como está a população, a quantidade de discos de crias, admiramos a rainha... É um manejo importante, pois se percebe eventuais problemas que podem ser resolvidos antes que causem maiores estragos. É também uma boa hora para se verificar se a colônia está em condições de ser dividida.
Como eu penso que as abelhas devem ter o maior sossego possível, com pouca interferência do criador, não faço revisão com muita frequência. Estando o enxame com um bom movimento e se não estiver necessitando de retirar discos, fico até dois ou três meses sem abrir, no máximo dando uma olhadinha pelo vidro que gosto de manter abaixo da tampa. Elas gostam de ficar mais na delas.
Aproveitando uma bela manhã de domingo deste início de outono, resolvi fazer revisão em duas colônias de jataí no meliponario urbano. Elas estão alojadas nas caixas verticais em que foram alojadas pelo vendedor.
Na primeira colônia, a postura foi subindo, subindo, subindo, até que chegou na separação de bambuzinhos que divide o espaço do ninho da melgueira. Até então, as abelhinhas vinham respeitando a esta delimitação, construindo os favos até neste limite e depois recomeçando em baixo. A parte superior à separação estava até então repleta de mel.
Ao observar que esta parte superior totalmente ocupada pelo invólucro logo percebi que alí deveria haver postura. Então começei ali abrir por alí. Vejam então o que encontrei onde até então havia potes de mel:
abaixo da separação há mais cinco favos com postura mais recente
São nada mais, nada menos do que 17 favos de bom tamanho. Olhando aquilo, considerei que fosse parar por aí; que a rainha havia trocado de local, utilizando os gravetinhos como suporte e que aquela ex- melgueira passou a ser ninho.
Mas não é que, ao abrir ao abrir o invólucro abaixo da separação, encontrei mais cinco discos já operculados e mais um sexto onde está ocorrendo a postura de cima para baixo? Ou, seja, a colônia estava com 22 discos e já iniciara a postura no 23º. Aproveitei então para pegar os que estão logo acima da separação, pois são os mais velhos, os que estão com as abelhas já nascendo, para reforçar uma divisão que está com poucas campeiras.
O chato é que acabei por me esquecer de fotografar esta parte de baixo, por isto não mostro aqui uma foto com todos os favos. Espero que vocês não brigem comigo. É uma que colônia está bem fortinha, não é? Eis aí uma genética que merece ser muito bem aproveitada.
Já na segunda caixa, o ninho estava nos conformes: a postura na parte de baixo e o mel (bastante) em cima. Esta estava mais fraquinha: 11 favos.observem na foto abaixo uma realeira no 4º favo de baixo para cima. R
Retirei este disco e inceri em um desdobramento que está sem postura.
Esta caixa, apesar de não ter uma quantidade de favos tão grande como na primeira, está está muitissimo populosa. Ou seja, também pode ser considerada como sendo uma colônia bastante forte.
discos de cria com uma realeira (4º disco de baixo para cima.)
Aproveitei para dar uma olhadinha em uns desdobramentos que fiz recentemente. Fiquei muito satisfeito ao verificar que um deles, em caixa INPA, apesar de recente estava com uma bela pilha de discos já chegando bem perto da tampa, na segunda gaveta. Isto significa que em breve teremos mais um grande e belíssimo enxame.