quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Isca na PET em reportagem no Globo Rural


 

       Na edição do último dia 30 de agosto, o programa Globo Rural apresentou uma reportagem realizada no Laboratório de Abelhas da USP, em resposta a uma pergunta de um telespectador a respeito da captação de colônias de abelhas nativas.
     O diferencial do que foi apresentado, com relação ao que tenho visto, em termos de ninho-isca, é a utilização de um pedaço de O cabo de vassoura, vazado no meio, e com um furo na lateral, onde ficará a entrada das abelhas.
     Segundo o Técnico Paulo Cezar Fernandes, a instalação desta entrada em madeira, se deve ao fato de que este material é familiar às abelhas, por lembrar os buracos que dão acesso aos ocos das árvores.
     Fiquei pensando que, mais importante do que isso, até porque que a maioria das espécies que costuma enxamear na iscas, habitualmente utiliza os mais diferentes ambientes para nidificar; é o fato de que o pedaço de cabo de vassoura servirá de túnel de ingresso, útil na proteção das abelhas contra os inimigos naturais e também evita a entrada de água. Devemos considerar ainda, que, quando encharcada com o líquido atrativo, a madeira absorve bem o cheiro. Fora isso, podemos utilizar como alternativa, pedaços de mangueiras ou conectores de PVC, senão um simples furo na tampa da garrafa.
     Para a produção do líquido atrativo foi utilizado batume: produto das meliponas composto de barro e resinas das plantas. Funciona, mas, para se conseguir trigonas, como a jataí, por exemplo, abelhas que aceitam melhor os ninhos-iscas, é preferível se utilizar do própolis que geralmente se apresenta na forma de bolotas gosmentas que ficam depositadas nas paredes e nas frestas das caixas com estas espécies. A cera também pode, e deve ser utilizada.
    Quando o atrativo é o extrato do batume, penso que seja interessante oferecer espaços maiores, como garrafas de três a cinco litros, ou mesmo, caixas-iscas confeccionadas com sobras de madeiras banhadas neste líquido. O fato de o espaço ser maior, não significa que a abelha jataí ou as da família das scaptotrigonas não o adotarão como moradia. Além delas, uma área maior poderá ser adotada também por abelhas mais encorpadas.
     O Paulo falou ainda, que, as iscas devem ser cobertas com um plástico preto para evitar a entrada de luz. Além disso, antes de forrar com o plástico, devemos enrolar algumas camadas de papel - jornal (quanto mais, melhor), possibilitando, assim, um melhor conforto térmico.
     Um outro detalhe que me chamou a atenção foi a informação de que, depois de apenas dois dias macerando no álcool, a solução já esteja pronta para ir para as garrafas. Este espaço de tempo, no meu entendimento, é extremamente curto. Penso que deve ficar por pelo menos quinze dias, e que o ideal é que fique ali curtindo por meses.
     O mesmo ocorre com as garrafas: Na minha opinião, o líquido deve ficar ali por uns dias, impregnando a garrafa com o cheiro.
     É possível conseguir comprar o atrativo já pronto em alguns sites ou blogs de meliponarios, bem como em sites de vendas. Outra opção alternativa é adquirir extrato de própolis nas farmácias e gotejar algumas gotas nas iscas (lembrando que o ideal é o aroma das próprias abelhas nativas. O importante é oferecer às abelhas locais confortáveis para a nidificação, protegidos do sol direto e evitar a entrada de água. Sempre com aromas que sejam reconhecidos e agradáveis a elas.
      Segue o link para a reportagem:

http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-rural/t/edicoes/v/armadilha-com-garrafa-pet-serve-para-capturar-especies-nativas-de-abelhas/4428865/

João Luiz
  

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