O I ENCONTRO DE MELIPONICULTORES DO ESPÍRITO SANTO conseguiu superar
as expectativas dos participantes por ter deixado decisões importantes.O número de particpantes ficou próximo a 30 com meliponicultores em diferentes estágios de conhecimento e Vindos de várias regiões e municípios.
Conforme estava previsto no programa no encontro, ocorreram ótimos debates, um pouco de teoria e também de prática melipônica. Saímos do encontro com os seguintes encaminhamentos:
- Continuidade das articulações para a fundação da associação;
- Ficou decido também, que, vamos marcar uma reunião com o pessoal de diferentes áreas do IBAMA (SISFAUNA e CTF), para conhecimento do mecanismo necessário para que a autorização da meliponicultura ocorra;
- O IBAMA apoiará, na medida de suas possibilidades, ações de meliponicultores em busca de traçar um programa de manejo que possibilite a recuperação da população da uruçu capixaba e a ampliação da sua área de ocorrência.
O meliponario capixaba ficou responsável pela primeira apresentação. Falamos um pouco do caminhar da meliponicultura: meleiros extrativistas, criadores em cortiços, do início dos manejos com as caixas racionais, das diferentes caixa, divisão, e ainda expomos nossa posição com relação a alguns temas relacionados e abrimos a discussão sobre os rumos que desejamos para a nossa meliponicultura.
Jacques Passamani, analista ambiental do IBAMA, fez uma ótima apresentação. Sempre solícito, respondeu a todas perguntas de forma clara e objetiva. vamos a alguns pontos:
1 - Cadastro Técnico Federal (CTF): Todos devem fazer o Cadastro Técnico Federal. Mesmo possuindo uma única colônia. Para os que possuem a guarda de até 50 colônias, esta é a exigência.
O cadastro é o registro do meliponicultor na atividade e ele - meliponicultor - deve sempre observar o estabelecido na Resolução Conama que regulamenta o limite de 50 colonia sem autorização. Podendo efetuar o que a norma prevê, sendo permitido desdobrar as colônias, colocar iscas e inclusive vender com Nota Fiscal (excluindo-se a melipona capixaba). Como a resolução Conama não estabelece critérios para justificar a existencia da colônia, até que este seja implementados, no cadastro não é necessário que se justifique a origem das abelhas. O Cadastro requer que anualmente o meliponicultor apresente relatorios anuais relacionadas a evolução do plantel. Todas as Dúvidas sobre o CTF deverão ser sanadas definitivamente quando da reunião tirada nos encaminhamentos.
2 - Para mais de 50 colméias, já passa a ser necessário solicitar o registro em uma das categorias listadas no artigo I da IN 169/2008 do IBAMA.
3 - Transporte - As colônias podem ser transportadas dentro do estado. Para tanto, se faz necessário solicitar autorização prévia no IBAMA. Não se pode transportar as abelhas para fora de locais onde ocorram naturalmente e, principalmente, não se pode enviar a uruçu capixaba para fora do estado, E neste caso, a penalidade não é pequena.
4 - Passamani também foi claro ao colocar seu entendimento que não podemos criar espécies que não ocorram no Espírito Santo.
No caso das autorização de um número superior a 50 colonias, o mais próximo das atividades da meliponicultura (excluindo-se a melipona capixaba), parece ser o constante no inciso XII que se refere a Criadouro comercial.
Os presentes ficaram muito satisfeitos quando relatou que gostou de ver o interesse dos meliponicultores em formar uma associação e afirmou que, a organização e o devido cadastro no instituto vai permitir que o IBAMA possa começar a exigir o resgate das colonias existentes nos locais em que for autorizada a derrubada de árvores, antes que seja emitida autorização. Surpresa um tanto de desagradável para os encontristas foi a informação de que o Cadastro Técnico Federal não autoriza automaticamente a colocação de iscas, e para isto, também é necessário solicitar autorização ao IBAMA.
Ao fim da fala do Jacques, ficou decidido que iremos realizar uma reunião com diferentes setores do IBAMA para que sejam esclarecidas outras dúvidas. Bom momento para que seja iniciado um diálogo que venha a resultar em um futuro programa de manejo destinado a preservação da melipona capixaba e também tratar de diferentes aspectos da criação de abelhas nativas. A data provável desta reunião e o dia 28 de setembro. Todos devem comparecer. Confirme rapidamente o interesse para que se destine o espaço para a reunião, de acordo com o número de presentes. (sala ou auditório). Para isto, escreva uma mensagem para meliponariocapixaba@gmail.com.
O mineiro Eurico Novy falou sobre as suas novas caixas de concreto aeradado (www.ame-rio.org/2011/03/caixa-novy-concreto-aerado.html ): Como foi o desenvolvimento da caixa desde o princípio até o modelo atual. A caixa agradou bastante e o Eurico ainda apresentou um modelo que projetou especialmente para a uruçu capixaba. Ficou decidido que iremos tentar fabricar as caixas para os meliponicultores capixabas. A presença do Eurico foi ótima, pois ele gosta de partilhar o conhecimento adquerido em muitos anos de meliponicultura. Com ele também compareceu o talvez único meliponicultor catalão: Mesmo morando na Espanha, Ramon Molina cria abelhas nativas no Brasil, onde sempre aparece para realizar os seus manejos. A presença do Molina, além de "internacionalizar" o encontro, o enriqueceu de conhecimentos já que ele surpreendeu ao demonstrar o tamanho do conhecimento que possui das plantas e das abelhas do Brasil.
O primeiro dia terminou com um animado churrasco oferecido pela meliponario anfitrião. Aliás, devo ressaltar que nos receberam muito bem. Realmente o Oiutrem realiza um trabalho maravilhoso.
O segundo dia do encontro foi destinado a prática de manejos. Foi desdobrada uma colônia de mandaçaia, sendo a desdobra comandada pelo Jovane no meliponario da RPPN Oiutrem. Na oportunidade Jovane contou um pouco da história da RPPN, de seu meliponario e sobre os projetos.
Para encerrar com chave de ouro Judismar Barbosa, de Vitória, realizou uma oficina de construção de isca PET para o alojamento de enxameamentos. Mais conhecido como Júlio, demonstrou todo o procedimento desde a separação do material e da preparação do líquido atrativo, até a colocação das iscas nos lugares para receber os enxames. Na oportunidade os presentes puderam montar iscas que foram distribuídas. Julio não deixou de esclarecer alguns pontos importantes:
1 - O líquido atrativo, que deve ser feito com cera e própolis preferencialmente das espécies que se deseja alojar;
2 - O líquido atrativo deve permanecer nas garrafas o tempo bastante para que cheiro fique impregnado;
3 - Ao colocar as iscas nos locais, evitar excesso de sol incidindo diretamente sobre as PETs;
4 - Instalar as iscas de forma ligeiramente inclinada, com a entrada para baixo, evitando a entrada de água;
5 - Para maior atratividade colocar cera na entrada,
6 - De tempos em tempos deve-se fazer uma verificação das iscas, expulsando formigas que eventualmente tenham as adotado como moradia. Na oportunidade o meliponicultor pode levar um pouco mais de cera para renovar, e/ou com um spray, umidecer a entrada, fixando mais cheiro atrativo.
7 - Procurar não retirar as iscas dos locais, antes de decorridos pelo menos dois meses do enxameamento, pois durante este período a nova fámilia ainda está dependendo do enxame-mãe. A retirada do local deve ser sempre à noite.
8 - Ao transportar e transferir, preservar os discos na posição original
Com estes cuidados, são grandes as possibilidades de sucesso, que caso do Júlio ficou em torno de 80%, no último ano.
Encerrado o encontro, ficou para os encontristas um gosto de quero mais, e, principalmente, a certeza de que demos um grande passo para a tão desejada união dos meliponicultores capixabas, e de que para o surgimento da nossa associação - que tal Associação de Meliponicultura do Espirito Santo - AME-ES- ou AMES?), é uma questão de pouco tempo.
as expectativas dos participantes por ter deixado decisões importantes.O número de particpantes ficou próximo a 30 com meliponicultores em diferentes estágios de conhecimento e Vindos de várias regiões e municípios.
Conforme estava previsto no programa no encontro, ocorreram ótimos debates, um pouco de teoria e também de prática melipônica. Saímos do encontro com os seguintes encaminhamentos:
- Continuidade das articulações para a fundação da associação;
- Ficou decido também, que, vamos marcar uma reunião com o pessoal de diferentes áreas do IBAMA (SISFAUNA e CTF), para conhecimento do mecanismo necessário para que a autorização da meliponicultura ocorra;
- O IBAMA apoiará, na medida de suas possibilidades, ações de meliponicultores em busca de traçar um programa de manejo que possibilite a recuperação da população da uruçu capixaba e a ampliação da sua área de ocorrência.
O meliponario capixaba ficou responsável pela primeira apresentação. Falamos um pouco do caminhar da meliponicultura: meleiros extrativistas, criadores em cortiços, do início dos manejos com as caixas racionais, das diferentes caixa, divisão, e ainda expomos nossa posição com relação a alguns temas relacionados e abrimos a discussão sobre os rumos que desejamos para a nossa meliponicultura.
Jacques Passamani, analista ambiental do IBAMA, fez uma ótima apresentação. Sempre solícito, respondeu a todas perguntas de forma clara e objetiva. vamos a alguns pontos:
1 - Cadastro Técnico Federal (CTF): Todos devem fazer o Cadastro Técnico Federal. Mesmo possuindo uma única colônia. Para os que possuem a guarda de até 50 colônias, esta é a exigência.
O cadastro é o registro do meliponicultor na atividade e ele - meliponicultor - deve sempre observar o estabelecido na Resolução Conama que regulamenta o limite de 50 colonia sem autorização. Podendo efetuar o que a norma prevê, sendo permitido desdobrar as colônias, colocar iscas e inclusive vender com Nota Fiscal (excluindo-se a melipona capixaba). Como a resolução Conama não estabelece critérios para justificar a existencia da colônia, até que este seja implementados, no cadastro não é necessário que se justifique a origem das abelhas. O Cadastro requer que anualmente o meliponicultor apresente relatorios anuais relacionadas a evolução do plantel. Todas as Dúvidas sobre o CTF deverão ser sanadas definitivamente quando da reunião tirada nos encaminhamentos.
2 - Para mais de 50 colméias, já passa a ser necessário solicitar o registro em uma das categorias listadas no artigo I da IN 169/2008 do IBAMA.
3 - Transporte - As colônias podem ser transportadas dentro do estado. Para tanto, se faz necessário solicitar autorização prévia no IBAMA. Não se pode transportar as abelhas para fora de locais onde ocorram naturalmente e, principalmente, não se pode enviar a uruçu capixaba para fora do estado, E neste caso, a penalidade não é pequena.
4 - Passamani também foi claro ao colocar seu entendimento que não podemos criar espécies que não ocorram no Espírito Santo.
No caso das autorização de um número superior a 50 colonias, o mais próximo das atividades da meliponicultura (excluindo-se a melipona capixaba), parece ser o constante no inciso XII que se refere a Criadouro comercial.
Os presentes ficaram muito satisfeitos quando relatou que gostou de ver o interesse dos meliponicultores em formar uma associação e afirmou que, a organização e o devido cadastro no instituto vai permitir que o IBAMA possa começar a exigir o resgate das colonias existentes nos locais em que for autorizada a derrubada de árvores, antes que seja emitida autorização. Surpresa um tanto de desagradável para os encontristas foi a informação de que o Cadastro Técnico Federal não autoriza automaticamente a colocação de iscas, e para isto, também é necessário solicitar autorização ao IBAMA.
Jacques Passamani (IBAMA) |
Meliponicultores atentos |
Ao fim da fala do Jacques, ficou decidido que iremos realizar uma reunião com diferentes setores do IBAMA para que sejam esclarecidas outras dúvidas. Bom momento para que seja iniciado um diálogo que venha a resultar em um futuro programa de manejo destinado a preservação da melipona capixaba e também tratar de diferentes aspectos da criação de abelhas nativas. A data provável desta reunião e o dia 28 de setembro. Todos devem comparecer. Confirme rapidamente o interesse para que se destine o espaço para a reunião, de acordo com o número de presentes. (sala ou auditório). Para isto, escreva uma mensagem para meliponariocapixaba@gmail.com.
O mineiro Eurico Novy falou sobre as suas novas caixas de concreto aeradado (www.ame-rio.org/2011/03/caixa-novy-concreto-aerado.html ): Como foi o desenvolvimento da caixa desde o princípio até o modelo atual. A caixa agradou bastante e o Eurico ainda apresentou um modelo que projetou especialmente para a uruçu capixaba. Ficou decidido que iremos tentar fabricar as caixas para os meliponicultores capixabas. A presença do Eurico foi ótima, pois ele gosta de partilhar o conhecimento adquerido em muitos anos de meliponicultura. Com ele também compareceu o talvez único meliponicultor catalão: Mesmo morando na Espanha, Ramon Molina cria abelhas nativas no Brasil, onde sempre aparece para realizar os seus manejos. A presença do Molina, além de "internacionalizar" o encontro, o enriqueceu de conhecimentos já que ele surpreendeu ao demonstrar o tamanho do conhecimento que possui das plantas e das abelhas do Brasil.
Eurico e a caixa Novy |
Com a ajuda do Novy, as caixas serão fabricadas aqui |
O primeiro dia terminou com um animado churrasco oferecido pela meliponario anfitrião. Aliás, devo ressaltar que nos receberam muito bem. Realmente o Oiutrem realiza um trabalho maravilhoso.
O segundo dia do encontro foi destinado a prática de manejos. Foi desdobrada uma colônia de mandaçaia, sendo a desdobra comandada pelo Jovane no meliponario da RPPN Oiutrem. Na oportunidade Jovane contou um pouco da história da RPPN, de seu meliponario e sobre os projetos.
No segundo dia, participantes de diferentes gerações |
Jovane multiplicando mandaçaia |
Para encerrar com chave de ouro Judismar Barbosa, de Vitória, realizou uma oficina de construção de isca PET para o alojamento de enxameamentos. Mais conhecido como Júlio, demonstrou todo o procedimento desde a separação do material e da preparação do líquido atrativo, até a colocação das iscas nos lugares para receber os enxames. Na oportunidade os presentes puderam montar iscas que foram distribuídas. Julio não deixou de esclarecer alguns pontos importantes:
1 - O líquido atrativo, que deve ser feito com cera e própolis preferencialmente das espécies que se deseja alojar;
2 - O líquido atrativo deve permanecer nas garrafas o tempo bastante para que cheiro fique impregnado;
3 - Ao colocar as iscas nos locais, evitar excesso de sol incidindo diretamente sobre as PETs;
4 - Instalar as iscas de forma ligeiramente inclinada, com a entrada para baixo, evitando a entrada de água;
5 - Para maior atratividade colocar cera na entrada,
6 - De tempos em tempos deve-se fazer uma verificação das iscas, expulsando formigas que eventualmente tenham as adotado como moradia. Na oportunidade o meliponicultor pode levar um pouco mais de cera para renovar, e/ou com um spray, umidecer a entrada, fixando mais cheiro atrativo.
7 - Procurar não retirar as iscas dos locais, antes de decorridos pelo menos dois meses do enxameamento, pois durante este período a nova fámilia ainda está dependendo do enxame-mãe. A retirada do local deve ser sempre à noite.
8 - Ao transportar e transferir, preservar os discos na posição original
Com estes cuidados, são grandes as possibilidades de sucesso, que caso do Júlio ficou em torno de 80%, no último ano.
Judismar mostrando material atrativo |
Oficina de confecção Isca PET |
Fabricando isca |
Encerrado o encontro, ficou para os encontristas um gosto de quero mais, e, principalmente, a certeza de que demos um grande passo para a tão desejada união dos meliponicultores capixabas, e de que para o surgimento da nossa associação - que tal Associação de Meliponicultura do Espirito Santo - AME-ES- ou AMES?), é uma questão de pouco tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário