Conversando com Cappas - Papos Abena

Esta página reúne seleção de diálogos ocorridos no Grupo Abena de criadores de abelha nativas. Vamos publicar preferencialmente diálogos em que ocorreram a participação do Mestre Cappas. As opiniões dos meliponicultores não são necessariamente a mesma deste blog. Representam apenas uma posição à época da postagem no Grupo Abena, que pode inclusive não ser mais a mesma.


Para ingressar no Grupo Abena:
1) Envie os dados a seguir para: Abena-owner@yahoogrupos.com.br e, cópia para: Abena-subscribe@yahoogrupos.com.br


FICHA DE INSCRIÇÃO:

Cria ou quer criar ASF por quê?

Nome

E-mail:

E-mail alternativo:


Facebook:

Quantidade de ASF por espécie:

Cidade:

UF:

Endereço Rua, Bairro e Cep: 

Telefone: DDD+nº

Principal ocupação:

Data Nascimento:


2) IMPORTANTE! 

- Caso não tiver acesso ao site em 48h, revise o preenchimento da ficha cadastral e envie para o Moderador: gesimar@gmail.com 


Temperatura (Túnel e Choque Térmico)

Meliponicultor 1 - "Pessoal, li nos arquivos do grupo sobre temperatura e tal. Se aquecer internamente a colonia e elas 'pensarem' que esta quentinho o tempo e
 saírem pode dar choque térmico... como dito pelo prof Cappas
 Certo, pergunto aos experientes do grupo: Qual seria *a temperatura ideal
 e principalmente qual seria *a temperatura minima* que a partir dai a
 coisa começa a ficar critica para a sobrevivência da colonia? (ambas
 temperaturas internas)"

--------
Meliponucultor 2 - "Temperatura dentro das caixas de ASF tem sido o meu assunto do momento. A minha experiência mostra que, aqui, acima de 20ºC as abelhas trabalham
internamente/externamente. Estão bem!
Abaixo de 20ºC as abelhas geralmente começam a diminuir o movimento e o

trabalho interno/externo.

Apesar de estudos indicarem a temperatura, na região da cria/ninho, acima

de 26º dependendo da espécie, tenho praticado o aquecimento utilizando o

termostato regulado em 22ºC. Assim, tenho conseguido manter as abelhas

trabalhando internamente (mantendo postura, alimentando, construindo potes,

processando alimentos) mesmo que a temperatura externa esteja abaixo de10ºC.

não tendo tido "surpresas" com as campeiras saindo da caixa com a temperatura externa muito baixa".

--------

Meliponicultor 3 - "A temperatura que o Eurico recomendou é adequada pois serve como referencia de segurança.
Inclusive os Mini-Termostatos TCT já vem regulado com essa temperatura, sendo a máxima para desarmamento a de 28º C.

Para as abelhas não saírem e sofrerem um choque térmico, é recomendável instalar os dutos ou túneis externos.

Assim, quanto mais longo for essa passagem externa, mas fácil as operárias perceberem que o frio externo está forte e não se alçarem a voo.

Note que em caixas espessas tb há necessidade de instalação desse duto, principalmente para abelhas grandes, pois elas mantém uma temperatura interna muito alta e mesmo em temperaturas baixíssimas tentar forragear, logo, o túnel tem de ser o dobro ou mais do que usualmente se utiliza".

-------

Cappas -  "Caros Amigos , no Inverno as abelhas do Sul tem de hibernar mesmo as exóticas no sul terão de sofrer uma baixa de temperatura como uns 22 a 25 Cº para com o tempo comecem a se aclimatar.

Por exemplo a Plebeia remota no Sul a temperatura de saída para colecta é de 15/16 Cº . Mesmo com Hibernação correta . Mas se a colonia estiver mal e em confusão elas saem com 9cº o que é mau , porque não sobrevivem ao Inverno…

Uma obreira normal que entre numa  Hibernação vive 8 meses ou mais. Façam as contas e vejam o que eu falo…

Já tive uma colônia em que as obreiras duraram 12 meses."


_______________________________________________________________________

INFANTILIZAÇÃO DAS CRIAS

Meliponicultor 1 - "Gostaria de saber se alguém já compartilhou do mesmo caso que explicarei abaixo para poder me ajudar à entender se existe alguma solução.
Há uns 45 dias fortaleci um enxame de uruçu amarela com 3 grandes discos de cria nascentes de outro enxame, pois este primeiro era uma divisão e estava bem fraco. Logo em seguida as abelhas se organizaram e começaram a colocar a casa em ordem.
De uma semana pra cá, comecei a observar a morte de várias abelhas jovens: as abelhas são expulsas ou caem da caixa no chão ainda vivas e logo depois morrem.Abri a caixa p/ dar uma olhada e observei alguns itens:
1º) Há uma boa reserva de alimentação (mel e pólem);
2º) Há 2 grandes novos discos de crias e 1 pequeno (sinal de que está tendo postura).
3º) Da época quando fiz o reforço com discos nascentes, ainda tem algumas células espalhadas pelo cerume que não eclodiram.
É aí que fico em dúvida: posso considerar que estas abelhas que nascem e estão morrendo são produto de células antigas que possam ter apresentado problemas de nascimento?Digo isso porque as abelhas que estão morrendo ainda têm a cera da célula dos discos de cria grudadas no abdômem - como se fosse uma casca branquinha.
Outra pergunta: Alta temperatura pode estar matando estas abelhas jovens? Tá um calor danado ultimamento em tono de 32º a noite e 38 durante o dia.Agradeço se alguém puder dar uma dica."......
.....Vi hoje que a rainha (intacta) subiu pra melgueira.Vou limpar a caixa - tirar todo o alimento e capturar campeiras de outra caixa.É isso? Corro mais algum risco?"É isso? Corro mais algum risco?
---------

Meliponicultor 2 - "Você disse que elas estavam forneceu discos há uns 45 dias e, a partir de então, elas começaram a "colocar a casa em ordem"...,

e que, na última semana antes de escrever a mensagem, você começou a observar mortalidade de abelhas jovens. Pensando no tempo que a cria leva para se desenvolver, será que essa mortalildade não tem como causa algum desequilíbrio feromonal que estaria afetando a colônia no momento (e logo depois) em que você resolveu intervir? Lembrando que as células são permeáveis aos feromônios (se me lembro bem dos comentários do Cappas), isso não pode estar influenciando na viabilidade dessas abelhas jovens"?
----------


Cappas - "Isso é Infantilização que o Cappas sempre fala. Feromonas Reais bem alto Dentro da colmeia. As abelhas não conseguem desenvolver as asas....nem outros órgãos "


---------


Meliponicultor 3 - "E dar a rainha para uma alça cheia de crias e abelhas de outro enxame?

Fiz isso para aproveitar uma rainha sobrevivente de scutellaris e ela está vigorosa hoje, boa postura".

---------

Meliponicultor 4 - Prá que arriscar?Se entre as abelhas novas tiver algumas que não estejam com o problema, acho que elas podem ser doadas para a nova colônia, do contrário, solução mencionada pelo... me parece melhor: Dar cabo do que sobrou"...

------

-----------
Meliponicultor 4 - "Não sei se oferecer uma rainha que apresentou postura com problemas de infantilização pode ser a melhor escolha para uma nova colônia. Se tivermos uma alça cheia de crias e abelhas de outro enxame isso é provavelmente o início de uma boa colônia". 

---------
Cappas - "Eu não concordo … a rainha é nova e boa … eu posso colocar qualquer rainha mãe nessa situação que essa aí …

Matar uma rainha mãe é trabalho das abelhas e não do meliponicultor que nem tem ideia do que está ocorrendo.

Muitas rainhas mães de boas genéticas são mortas por causa da ignorância do Meliponicultor.

O ... (meliponicultor 3) falou certo…"


---------
Meliponicultor 3 - "O processo de infantilização é rainha dependente" ?

---------

Cappas - "Sim é  uma guerra feromonal ( reais)  logo  onde está a acontecer a rainha mãe também está na guerra…
Não sei se é isso que perguntam" ?
 A rainha está dependente do quê ? Se da guerra então todo o mundo da colônia…"


-----------
Meliponicultor 1 - "E isso tem solução (infantilização)":?


Cappas - ... , claro que sim senão já não havia Meliponíneos na Terra.
Porque não dar uma favinho … para diluir os Feromonas altos ….
Se não der fazer uma divisão de equilíbrio que eu já expliquei aqui vezes sem conta …"
Basta fazer as divisões nas alturas certas … quando a colónia tem muito favo e ainda está mediana em população …"


_______________________________________________________________________________
INFANTILIZAÇÃO DAS RAINHAS

Meliponicultor - "Tenho observado que em jataí, especialmente, algumas rainhas não completam o ciclo de amadurecimento sexual, permanecendo na fase intermediária entre "Princesa" e Rainha fisogástrica.

Essa característica evolui para um cortiço sem a sucessão da primeira remessa de postura, o que fatalmente condena o enxame a sucumbência por falta de renovação de operárias e, das suas tarefas elementares a saúde do ninho.

Fatidicamente resta a bela e formosa Rainha "Machorra", "Escroncha" ou zanganeira, como popularmente se diz.

Mas, é oportuno salientar que uma zanganeira é a rainha que põe ovos de machos, enquanto um rainha infantilizada acaba, após o primeiro ciclo de postura, não pondo mais ovos... Ai teria de se pesquisar se é por falta de óvulos ou por falta de trabalhadeiras na construção das células de cria... (?)

Então, do porque que isso ocorre com certa frequência, tb é um fator que precisamos descobrir para minimizar a sua ocorrência, quer sejam fatores ambientais, genéticos ou de manejo...

Princesa = Rainha Não fisogástrica."


------------

Cappas: "O que nos conta não é novidade alguma.

Uma rainha infantilizada é na verdade uma rainha obreira , ou seja uma rainha virgem morfológica que desempenha tarefas de obreira. Ou seja está desactivada quanto aos feromonas reais .

Como existem obreiras rainhas também existem rainhas obreiras.

A solução é a activação dessa rainha virgem, como rainha. Para isso coloca-se favos nascentes nessa colmeia para diluir os feromonas reais da elite para que essa rainha tenha hipótese de se activar e começar a sua subida na hierarquia da colónia.

Qualquer um Meliponicultor pode com uma manejo mal feito  fazer uma rainha boa ficar desactivada".


_______________________________________________________________________

FUNÇÃO DOS MACHOS


Meliponicultor - "Alguém sabe se já foi descoberto novas funções do zangão na colméia, além de cruzar com as princesas?

Ecologicamente, pelo princípio do menor esforço, acho difícil acreditar na possibilidade de haver uma casta com a ÚNICA função da transmissão de genes"...



----------
Cappas - "Já foi descoberto há muito a sua função , só os cegos é que não conseguem ver .

Em Apis os zangão servem para fecundar as rainhas , para aquecer no

Inverno quando na colmeia há poucas obreiras, pois produzem muito mais calor

... , servem para desidratar o néctar e começar a fazer o mel no estomago

social ( possivelmente até filtrar este , não sei se tem na sua anatomia os

silos limpadores do alimento que está no papo social ), serve para

controlar a varroa ...enfim muita coisa , também o seu cheiro influencia os

feromoas nas colónia , ou seja o tal cheiro da colónia... e talvez bem mais

coisas...

Nos Meliponíneos eles fazem tudo menos colocar mingau larval e opercular

células de cria. A sua actividade é só ditada pelo Cheiro da Colónia (
Comunicação Globalizante). 
Até fabricam cera ....tem voto nas eleições ...

Ecologicamente, pelo princípio do menor esforço, acho difícil acreditar na

possibilidade de haver uma casta com a ÚNICA função da transmissão de

genes...

Só os desinformados vão pensar que o sexo masculino só serve para a

fecundação nos insectos socais".


______________________________________________________________________________________
FECUNDAÇÃO DE RAINHA

Meliponicultor 1 - "Senhores, gostaria de formular uma pergunta que pode parecer meio infantil para quem esta 15 anos com melíponas..rs..para confirmar:
Quando temos uma caixa de mandaçaia, por exemplo e fazemos a divisão...as princesas nascem na caixa...pergunta: ELAS SÃO FECUNDADAS DENTRO DA CAIXA PELOS SEUS IRMÃOS???Muitas vezes encontro princesas no chão (Uruçu e mandaçaia) e tenho impressão que elas não vão voltar para a caixa.... como depois de barrigudas,  elas não voam ...Bom fico na expectativa de uma resposta, pois se são fecundadas pelos irmãos, o ideal, quando se introduz uma genética nova, seria usar discos da nova com abelhas da velha! ou vice versa correto????

---------------


Meliponicultor 2 - "Boa pergunta... mas penso que a fecundação só deve ocorrer em momento oportuno, quando a princesa é aceita e logo depois ela faz o vôo nupcial, espalhando algum tipo de feromônio que deixa os machos "enlouquecidos"...

Já li sei lá onde que princesas nascem primeiro que zangões, talvez seja nesse meio tempo que elas ficam maduras sexualmente e fazem o vôo...

Se a endogamia é um problema, a natureza seria imperfeita se uma princesa nascesse e fosse fecundada pelos irmãos dentro da caixa, antes mesmo que possa haver uma chance para a diversificação genética, com cruzamento com zangões de outras colônias.



Bom, só tenho 1 ano e meio de meliponicultura, pouco sei, me perdoem se falo bobagem".



-------------

Cappas -"Podem ser ou não.  No mesmo favo nascem machos que nem são aparentados ( muitos são filhos de obreiras rainhas que vieram para essa colmeia em regime de asilo ).

Machos de outras colónias podem entrar nessa colmeia, quando estão em Comunidade há livre circulação de todas as castas entre as colmeias".
Cappas.
---------------

Meliponicultor 2: "Aproveitando, pergunto: é possível simplesmente aprisionar uma princesa em um recipiente, mantê-la alimentada, juntá-la com alguns machos neste recipiente e ocorrer a fecundação e consequente geração de uma rainha fisiogástrica"?
.
-------------
Cappas -"Sim eu já fiz isso … mas só seguido todos os passos … a rainha cativa tem de ser escolhida , amadurecida sexualmente , então a fecundação e depois aceite de novo na colmeia onde foi aceite."

______________________________________________________________________


INTRODUÇÃO DE RAINHAS. 


Meliponicultor 1"... Andei lendo estudos relacionados à consanguinidade, variabilidade genética e produtividade das ASF. Acho que uma forma boa, barata e eficaz para resolvermos qualquer problema de consanguinidade e termos uma boa variabilidade genética",.. "...Para aqueles que quiserem um aprofundamento científico, aconselho ler a tese do Iolando Brito Fagundes, intitulada "Influência do Status comportamental das operárias sobre o período de pré-ovoposição e sobrevivência de rainhas".

.............
Meliponicultor 2 - "Que eu saiba o que se pratica costumeiramente é a remessa de discos maduros, para a partir desses haver o nascimento e a aceitação de uma princesa fazendo assim, o intercâmbio genético..."

..."li rapidamente o trabalho que você indicou e não vi qualquer
referência a rainhas fisogástricas, somente rainhas virgens
introduzidas em condições criadas em laboratório.
Lembro do Cappas ter dito que o uso rainhas fecundadas viajadas para
introdução em outra colônias não daria certo porque a rainha
nessas condições, ela acabaria tendo seus feromônios diminuídos
ou coisa parecida. Vamos esperar a explicação do próprio já que
eu posso estar dizendo bobagem.
Que eu saiba o que se pratica costumeiramente é a remessa de discos
maduros, para a partir desses haver o nascimento e a aceitação de uma
princesa fazendo assim, o intercâmbio genético".
.............. 

Meliponicultor 1 - "É exatamente sobre esse citado ajuste entre as diversas castas de abelhas que versa a tese do Iolando que eu indiquei para leitura. Bom, em resumo ele consegue comprovar, com estudos em laboratório, que a rejeição de uma nova rainha acontece sempre por parte das operárias campeiras (forrageiras)"
........ 



Cappas - "Amigo nem sempre acontece isso .... obreiras campeiras podem receber bem uma rainha fisogastrica. È preciso é saber fazer as coisas ... o pesquisador Iolando deveria ir lá ao Nordeste apreender a técnica do Padre Humberto, onde se usa uma rainha fisogastrica e uma colmeia "... 

"Mas o problema é muito mais complicado , pois obreiras de outras colmeias podem ir a essa colmeia matar essa rainha. Pois uma colmeia dominante de uma Comunidade de Colónias pode influenciar as rainhas mães das colónias subordinadas. 

Por exemplo, numa enxameagem a rainha filha já em postura na colmeia filha pode ser morta e substituída por outra rainha , isso sobre as ordens daelite da colmeia mãe. elas são totalmente intolerantes; as abelhas mais novas não costumam rejeitar. Não o costumam mas também o fazem....
Mas como não alimentam a rainha (alimento larval ou ovos) esta tende a
morrer de fome, as abelhas novas também não estão aptas para realizar 
construção no ninho";

-------------------

Meliponcultor 1 - "Já as abelhas nutridoras, estas apresentam um elevado grau de tolerância,alimentando a nova rainha e submetendo-se às suas ordens, costumam iniciarema construção do ninho 2 dias após a introdução da nova rainha. Além do mais,segundo o autor, a rainha fisiogástrica possui um feromônio bem "mais forte" do que uma princesa ou obreira rainha, inibindo assim a formação de "motins"dentro da colônia".
.---------------------------
Cappas -

"Será isso verdade ? Então porque algumas boas rainhas mães ficam castradas na sua colmeia ? Há vários estágios de obreiras rainhas ...cada uma com a sua força feromonal. E há umas que são bem mais fortes que a rainha mãe fisogastrica"...

--------------
Meliponicultor 1- "De qualquer forma, não acho muito seguro introduzir uma nova rainha em uma colméia já constituída (orfanação de colméias). Mas penso que introduzi-la em um novo ninho formado por divisão, o qual não terá rainha nem princesas,e transferir junto um bom número de obreiras nutridoras, seja algo muito seguro e gerador de ótimos resultados para o meliponário como um todo".
--------
Cappas - "Nem sempre é seguro ... pois as obreiras da colmeia podem matar as nutridoras... e a rainha também. As obreiras tem suas vontades. Eu já vi matarem a rainha mãe para ficarem com uma obreira rainha no seu lugar. 
Se fosse tudo tão simplista o vosso amigo Cappas não dizia para deixarem as abelhas resolverem os seus problemas e só depois intervir para ajudar a
colônia

.............
Meliponicultor 1 - "A utilização de favos nascentes não é ruim, mas certamente a nova rainha
será fecundada pelos machos adultos já existentes no meliponário, gerando assim uma prole aparentada com as demais colônias".

----------------

Cappas -"Não entendo essa paranóia de querer rainhas puras de uma
determinada linhagem , pois isso nunca dura muito tempo ... pois essa rainha pura pode ser substituída a qualquer momento e o Meliponicultor nem dá por si...
...Trocar rainhas fisogastricas é coisa fácil , introduzir uma numa colmeia que está sem rainha por algum tempo é arriscado pois a sorte dessa rainha mãe é   ditada pelas outras abelhas. 

Obreiras normais podem matar uma rainha fisogastrica por preferirem uma obreira rainha da elite. 
Por isso ainda o mais fácil é fazer as coisas usando os favos , pois a
melhora genética se fará através das rainhas virgens , das obreiras
normais que entram na elite e por isso fazem posturas e pelos machos desse favo.Mas esse machos que nasceram do favo vão fecundar outras rainhas ai do seu meliponario"



___________________________________________________________________________

DIVISÃO (MULTIPLICAÇÃO, DESDOBRAMENTO

Meliponicultor: "Em uma observação que fiz hoje e tarde percebi que outras jataí, maiores que as que tenho, do tamanho que sempre vi por aqui, estão entrando na colônia, vi um sair com um pedaço de cera, é uma pilhagem ou limpeza"?
Cappas: "ela saia com o pedaço de cera a onde  nas mandíbulas ou nas patas" ?
Meliponicultor: "Saiu nas patas, uma bolinha.
Cappas: "Então amigo é enxameagem natural . Parabéns".
Meliponicultor: "Mestre Cappas, perdoe-me desconhecimento total do assunto. Estão elas saindo para formar outra colônia?
Cappas: "Sim e este fenómeno leva uns meses".
Meliponicultor: "Será que acharam um outra colônia mais fraca"?
Cappas: "Não sei. Se estão ajudando outra colónia o amigo não notará nada pois tudo é muito progressivo".
Meliponicultor: "Será que ocorreu porque alimentei elas"?
Cappas: "Não , pois a enxameagem  rege por muitas outras coisas".
Meliponicultor:  "A colônia era bem forte, e estão trabalhando muito. Será que outras estão se juntando a colônia"?
Cappas: "A sua colónia está certamente dividida em duas e o processo começou àtempos . A falta de alimento pode indicar que estão levando o mel para outro lugar" .
Meliponicultor: "Como enxameiam"?
Cappas: A colónia está normal e começa a ficar cada vez mais forte então forma-se dentro da colmeia mãe um grupo de abelhas num canto desta , e esse agrupamento vai se aproximando do túnel de ingresso da colmeia mãe ( túnel que dá para a saída). Ai se juntam obreiras rainhas de enxameagem com as respectivas cortes. ( nessa altura não há qualquer rainha virgem com esse grupo  ( a rainha virgem está ainda para nascer ou existe uma rainha virgem numa prisão real.)
 Algumas dessas abelhas saem para buscar um lugar . Depois de escolhido um as abelhas conhecedoras do lugar encaminham as outras. Só passam a dormir nesse  novo lugar quando for para lá algumas obreiras rainhas, pois são essas as responsáveis pela coesão do grupo.
Começam a levar material para o novo lugar , cerume e resina nas patas e alimento no papo. Algumas abelhas colectam pólen das flores para o enxame novo, mas estas sempre vão primeiro a colónia mãe para depois tomar o caminho da colmeia que se está a formar.
Quando tiver uma colmeia montada com potes com alimento e invólucro, entrada ... uma rainha virgem parte da colmeia mãe e toma posse da nova colmeia. A rainha toma posse e sai para fecundação e volta a tomar posse de novo.
 Apesar de haver agora 2 rainhas ( uma em cada colmeia ) e dois ninhos  temos ainda só uma colónia. Não são duas pois uma ainda está muito dependente.
 Quando começar a nascer abelhas da nova rainha no colmeia filha a população altera-se pois as recém nascidas  passam a “amas” e as que nasceram da colmeia mãe passam a campeiras. As abelhas mias velhas ainda podem visitar a colmeia mãe, mas já o fazem raramente. Só a partir dessa altura temos duas colmeias autónomas , que poderão manter os laços vinculados pela enxameagem numa vertente de Comunidade de Colónias".
___________________________________________________________

FECUNDAÇÃO

Meliponicultor: "Hoje pela tarde tava um fuzuê danado de uruçus, identifiquei uma caixa como sendo a origem, mas não chegava a ser uma revoada. Observando melhor, vi que havia vários zangões pousados na caixa, o que pode significar isso"?
Cappas: "Alguém está chamando os machos para essa colmeia" .
Meliponicultor: "Uma expulsão em massa deles"?
Cappas: "Isso não , pois a expulsão é uma coisa feia de ser vista , isso quando o macho não quer ...pois é expulso aos bocados" ...
Meliponicultor: "ou, me atrevo ainda a opinar, alguma princesa "no pedaço" querendo ser fecundada"?
Cappas: "Pode ser" ...
Meliponicultor: "nesse caso, estaria ocorrendo uma substituição de rainha"?
Cappas: "Certamente"

________________ 

DIVISÃO DE COLONIAS COM MAIS DE UMA RAINHA

Meliponicultor 1 – “É comum uma em chame de mandaçaia ter 4 rainhas”?

Meliponicultor 2 – “‘Pode acontecer num espaço de tempo, mas não é comum”.

Cappas - "Pode eu tive 3 rainhas fisiogastricas em Mandaçaia num super colónia tudo bem até a colónia começar a enxamear . As rainhas tem de ter fisogastrias diferentes entre elas , a maior é a dominante”.

Meliponicltor 3 - “O que acontece quando elas começam a enxamear e o que se faz para evitar isso, pois parece não ser coisa boa......
 Fazer uma divisão forçada resolve? Tem que levar uma rainha, ou só diminuindo a quantidade de abelhas resolve”?

Cappas – “No meu caso eu não sabia nem ninguém o que fazer deixei tudo ir acontecendo para saber o que iria acontecer. O desfecho..

Tudo correr bem quando a colónia estava sem enxamear , com a saída de várias obreiras para um novo oco , a população diminuiu e houve briga química entre as rainhas mães. A mais fraca foi morta … depois a outra a seguir e por fim a rainha mãe que era dominante , isso porque no outro ninho vieram obreiras rainhas expulsas para o lugar das rainhas mortas mais fracas. Enfim uma revolução.

Aprendi que quando a colónia começou a enxamear eu devia ter dividido o ninho em 3 colmeias , cada uma com sua rainha mãe , só assim eu não daria hipótese ás obreiras rainhas rivais.

Isto que conto Não é Valido para as GUARAIPOS , onde as rainhas mães múltiplas devem estar juntas.

Eu não podia fazer nada , pois tinha de ver as abelhas a resolverem o problema. Se eu fizesse algo e a colónia morresse eu ficava sem saber se elas tinham morrido por minha causa ou por outro motivo.

É muito duro e triste  e a gente sofre muito , mas é a única maneira de saber qual o problema e sua solução.

Hoje eu ajudo por que sofri já muito¦ mas teve de ser assim;  mas fico feliz pois eu consegui já salvar muitos e muitos enxames ai no Brasil com os meus conhecimentos. O saldo é já bem positivo”.

Meliponicultor 4 – “Com relação a Guaraipo (Melipona Bicolor), acredito que essa regra pode não vigorar ai em Portugal, mas aqui em SC funciona;

Pois já fiz vários enxames separando as rainhas, inclusive um que tinha 3 e entrou em colapso, após aproveitar o que sobrou e as 3 rainhas, foram formados novos enxames estabilizados;

Também temos relato de vários meliponicultores catarinenses que preferem estimular o enxame a ficar forte e, formar mais de uma rainha, para depois dividir, segundo esses, a pega é mais fácil e rápida.

Então, como vc mesmo diz, em meliponicultura as regras não são estanques”.




Cappas – “Nos lugares onde existe Guaraipo no mato ou nos vizinhos , os meliponicultores podem arriscar mais e ter sucesso pois as colónias se ajudam. 
Percebo bem as suas palavras ... 
O segredo é dividir na hora certa , mas os principiantes não devem arriscar . 
Quem dominar e entender as suas abelhas pode fazer muita coisa ... por isso é importante saber entender a sua linguagem ...



___________________________________________________________

COMUNIDADE DE COLÔNIAS, 
Meliponicultor 1:"Se duas divisões que fiz desde o dia 7 vingarem, terei 11 colônias de scutellaris, e espero no final de dezembro poder dividir mais 2. Das colônias originais, 4 que estão juntas estão sempre com abelhas de uma colônia saindo e entrando em outra, desde que eu as trouxe para casa no começo do ano passado, não há brigas, me pareceu estarem em comunidade, não é isso? Pois bem, 2 dessas 4 foram divididas e as filhas estão agora com as outras 2 que não foram ainda, então pergunto, como ainda vejo abelhas saindo dessas colônias que não foram divididas entrando e saindo das caixas filhas novas, estarão elas ajudando ou saqueando alimento que coloquei? ou as duas coisas? Uma das divisões fiz ontem, a outra foi no dia 7 e esta está mais tranquila, agora sem o entra e sai das abelhas das caixas vizinhas".
Meliponicultor 2:"Veja com os próprios olhos:abelhas só entram em caixa alheia pra saquear ou por engano, aí só escapam da morte se forem descendentes da mesma linhagem de rainha.Fico apavorado com Cappas e outros colegas, quando dizem do socorro de um enxame a outro".....
Cappas: ..." o amigo nunca viu um enxame forte ajudar uma enxame fraco?  Isso é muito estranho , então como enxameiam os Meliponineos ? Não é uma colónia mãe ajudando uma mais fraca ? Uma Forte ajudando uma fraca" …
O Amigo tem a certeza que todas as abelhas  de uma colmeia filha provêem de uma só colmeia mãe ?  Nunca viu varias colmeias mães darem  origem a uma colmeia filha ?

O que o amigo tem medo  é das absorções, mas isso nada tem a haver com o saque ou roubo.  Não  adianta nada forçar uma colónia fazer o que nós queremos , na verdade são elas que mandam e decidem as suas vidas. 
Forçar   a barra  é fracasso na certa  , pois mais cedo ou mais tarde elas dão o jeito de fazer o que elas querem.
Isso eu aprendi com todos os insectos sociais.

Pelo que sei todos os Meliponíneos gozam dessa particularidade de se absorverem.   Muitas Meliponicultores   já viram as obreiras  de uma colmeia entrarem noutras e deixarem a sua rainha sozinha na sua colmeia …e  se ela pudesse voar  também  ela ia com as outras ,,,, mas com  bunda pesada não deixa….

Parece que nos Meliponíneos a Africanos a rainha mãe pode voar , pois apresentam um fisogástrica fraca quando comparadas com as do Brasil".

Meliponicultor 2: Dileto Mestre, Cappas Quem sou eu pra contestar a sua sabedoria, mas na verdade nem eu,nem você nunca vimos uma colmeia forte ajudar uma fraca.

Cappas: Desculpe eu já vi  isso .

Meliponicultor 2:A enxameação , amigo Mestre, não é auxilio.... é furto em beneficio da preservação da espécie. As abelhas mal satisfeitas em precisando de espaço,fazendo brotar o instinto da multiplicação da especie, tratam de levar mantimentos da caixa mãe e vão estocando por lá no local  onde escolheram a fundar nova familia, no fim salvam uma pricensa e esta feito o novo enxame,, concluiu-se a presevação da especie.

Cappas: Eu não penso assim …  a enxameagem é um processo gradativo e longo  que tem de seguir uma certa sequencia …  esta só está terminada quando existe já abelhas novas na colmeia filha.

Quando uma colmeia mãe liberta abelhas e estas começam a pernoitar no novo lugar o amigo tem já uma colónia fraca .  Nessa colónia fraca  existe já uma elite  de obreiras rainhas ,  pois só assim esse grupo pernoita  na nova moradia.   Uma colónia seja ela qual for é composta por abelhas normais trabalhadoras e sua elite.  Pode ter ou não rainha mãe…

Imagine este caso :  O senhor tem uma colmeia de Mandaçaia com 100 obreiras que no Sul desibernaram e formaram  um favo novo em cerume.  Logo as abelhas novas vão demorar para nascer …  o senhor abre a colmeia  15 dias depois do inicio do favo e encontra lá umas 350 abelhas .  Agora eu pergunto de onde vieram essas abelhas ?  do favo não pode ser … estamos a falar do sul do Brasil ….

Ora se a rainha é a mesma … o numero de abelhas aumentou …. Elas vieram de algum lugar …  para isso basta haver perto dessa colmeia  uma colónia forte  que precise soltar abelhas , porque nessa altura elas não tem rainhas virgens e machos para soltarem um enxame .
Se essa colónia continuar a ficar muito forte e não soltar abelhas ela vai morrer pois entra em conflitos interno.

Quantas vezes encontramos grupos de abelhas em caixas iscas que não formam  colónia alguma ? muitas …
Por isso o vosso amigo Cappas fala em divisão de estabilização de colónias quando existe alguns problemas…  só aqui no Abena  eu já salvei umas centenas de colmeias  com esse método “ Divisão de Estabilização “.

Pegue no livro de PNN de 1970 , A Criação de Abelhas Indígenas Sem Ferrão “ abra a pagina 92 até 95,  Logo a  baixo da figura na página 94  ….veja o que PNN diz …. Todos os anos uma colónia perecia, mas a outra ….”

Se é tão fácil ter Uruçus no Sul  porque PNN tinha aquele problema" ?

Meliponicultor 2: "A prova terminante, o laudo final esta no saque da mãe pela filha. Se as campeiras tivesem qualquer sentimento, ou resposabilidade de gerar daqueles 3,2,ou 1 disco que lhe confiamos,depois de darmos cera, invólucro,alimentos, bem que deveriam criar as pobres nascentes,mas levam tudo pra caixa mãe ficam lá apenas as novinhas e as que ainda nascerão.....que acabaão por morrer,só com restando o sentimento de culpa domeliponicultor, que não fez o manejo certo".

Cappas: "Se  as abelhas voltam para a colmeia mãe  é por algum motivo …. Não será para ajudar a rainha mãe  a combater a elite que lhe é contra?  Sacrificam  a cria a nascer para ir ajudar a rainha mãe... Como deve saber uma divisão mal feita em época imprópria pode castrar a rainha mãe na colmeia mãe e esta começa a colocar só ovos inférteis ou até nem colocar ovo algum , pois a elite rival a castra .
Fica assim em Perigo a colmeia mãe ….. e por isso a absorção para ao menos salvar uma das colónias…. Isso está escrito no livro de PNN"  …



Nenhum comentário:

Postar um comentário