terça-feira, 31 de julho de 2012

Caixas alternativas para abelhas - sem - ferrão



Sempre procuramos uma caixa eficiente e de custo acessível. Vários meliponicultores estão pesquisando alternativas econômicas e duradouras para substituir a madeira, sem deixar de oferecer conforto e segurança para as abelhas.

Barro, cimento convencional, cimento aerado, polietileno, isopor estão sendo testados.Até peças de eletrônicos, sobras de diferente materiais ou conjunto de materiais podem ser incluídos na construção de caixas quando misturados ao cimento. 

Vamos aqui falar três experiências distintas vindas de diferentes regiões:

A primeira, vem de Pilar do Sul - São Paulo. O meliponicultor Nilton Brisola buscou construir uma caixa com a máxima redução custo e reaproveitando materiais. Utilizando baldes de gordura vegetal como fôrma, mais cimento e vermiculita ele construiu colmeias. 

Para tanto, bastou cortar o balde cônico,utilizando a parte de cima, mais larga para servir como a parte externa da forma  e a parte inferior, mais estreita, como a parte interna. Pode-se também usar baldes distintos com diferentes larguras dependendo da espessura que se deseje para as paredes das colmeias.

A parte interna ele corta com 14 cm e parte externa com 12 cm. Depois de colocar a parte interna sobre um pedaço de papel, basta depositar uma camada de  2 cm de cimento sobre este papel para fazer o fundo, em seguida coloca a parte externa e enche o meio o meio de cimento para fazer a parede. Segundo ele, com boa vontade e criatividade  logo se chega  ao objetivo.


  





Uma outra maneira de se construir caixas alternativas às de madeira, vem sido utilizada por Valdemar Schmidt em Santa Catarina. Ele utiliza uma mistura de 3 partes de isopor em grãos para uma parte de cimento comum  mais um pouco de água e mexe até formar uma massa dura que servirá de enchimento das formas que faz de madeira. Depois de seco passa uma nata de cimento para dar mais resistência

Para uma melhor aceitação por parte das abelhas, imagino que deva ser interessante também, um banho com cera de ápis derretida ou também aplicação de verniz ecológico preparado com o geoprópolis das abelhas nativas.








Já em Raposos -  Minas Gerais - José Geraldo Araujo, a exemplo do Eurico Novy (no topo deste blog há um botão para a pagina caixa novy),  adotou o cimento aerado que é o resultado da mistura de cimento, água com um aditivo como o ESPUMOGEN. Estes elementos são agitados em betoneira ou mesmo improvisando com uma máquina de furar até se criar uma espuma que depois de depositados nas formas. O resultado é um material muito leve e que isola muito bem o calor e os ruídos.

José Geraldo optou por simplificar as caixas já que as novy são multo complexas, segundo palavras do José Geraldo, quase que obras de arte.

Ele utiliza tubos de PVC de diferentes tamanhos como formas, conforme o tamanho da caixa que deseja fazer para as mais diferentes espécies de abelhas. Como fundo do sobre ninho e melgueira utiliza acrílicos destes dos boxes de banheiros.




Mostramos aqui um pouco do que se tem feito pelo Brasil afora. Mas muito mais ações estão acontecendo.
É possível misturar as idéias e desenvolver diferentes experiências a partir do que já foi feito. Mas nunca se esqueça que mais importante são as abelhas. Se com determinado experiemento as colônias estiverem  enfraquecendo, troque para outra caixa e depois verifique se foi a caixa experiemental ou algum fator externo.

Caso você esteja tenha desenvolvido algum projeto no gênero, e a exemplo dos meliponicultores citados quiser optar por compartilhar, o Meliponario Capixaba faz questão de  mostrar. Entre em contato.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Meliponicultura presente na 36ª GranexpoES


A meliponicultura ganhou uma boa oportunidade de divulgação:
Com o apoio do Sebrae e Rede Apis, os meliponicultores terão um espaço no mesmo stand destinado aos apicultores.

O Grupo Capixaba Pró – Meliponicultura vai levar caixas IMPA, Novy e também estilizadas com diferentes espécies de abelhas sem ferrão. Pretendemos ainda distribuir cartilhas de divulgação da atividade e também material de pesquisa que poderá ser consultado. Pretendemos ainda exibir vídeos.

Estamos vendo este momento mais como uma oportunidade de divulgação e de conseguir mais adeptos.  Não existe um interesse maior na realização de negócios, até porque não ainda temos por aqui uma expressiva quantidade de colônias e de mel para isto.  

Outro fator importante na participação no evento, é que nestas oportunidades ficamos conhecendo criadores que estão dispersos pelo Espírito Santo e uma maior integração fundamental para o desenvolvimento da atividade.

A GranExpoES é o maior e mais tradicional evento de negócio rural do Espírito Santo e um dos maiores do setor agropecuário no país, com mais de 100 mil visitantes anualmente e lugar cativo no coração dos capixabas da capital e do interior.

A programação da GranExpoES 2012 conta com atrações diversificadas que atendem às expectativas dos mais variados públicos. No evento, é possível fazer negócios, ampliar os conhecimentos técnico-científicos relacionados às cadeias produtivas do Espírito Santo e ainda desfrutar de diversão e entretenimento variados. Além dos tradicionais leilões, Exposição Estadual Agropecuária, Concurso Leiteiro, Feira Náutica e Feira de Máquinas, a GranExpoES traz também atividades lúdico-educativas para crianças e adolescentes na Rota Geração Futura. Tem ainda Feira dos Municípios, Festival da Cultura Capixaba, Espaço Gourmet e muito mais. Saiba mais sobre cada uma das atrações pelo site do evento:

terça-feira, 10 de julho de 2012

Conversando com Cappas

João Pedro Cappas e Souza é um grande estudioso de renome internacional que desde muito jovem pesquisa os insetos sociais. Em 1998 inaugurou em Portugal, sua terra natal, um museu vivo sobre estes animais: trata-se do Cappas insectozzo onde ensina sobre o tema.

Apesar de não ser brasileiro, conhece profundamente as nossas abelhas nativas, sendo uma grande referência para a meliponicultura brasileira. Quando está por aqui suas palestras contam com a presença de muitos meliponicultores sempre ansiosos para conhece-lo. Cappas estuda nossas abelhas nativas desde l975, tendo descorberto importantes detalhes sobre as sociedades das abelhas, tais como a existência de obreiras rainhas e as comunidades de colônias.

Ele está sempre disponibilizando o seu saber através do Grupo Abena. onde explica onde sobre a complexa organização dos meliponineos, anatomia, castas, feromônios e muitos outros temas apaixonantes. Assim, podemos vamos entendendo mais sobre as meliponas e por consequência, melhorando nossos manejos.

Pensando em disponibilizar estas informações, venho arquivado alguns destes diálogos do mestre Cappas que irei publicar neste blog. Para facilitar consultas as postagens serão publicadas sob um mesmo título: "Conversando com Cappas"; seguido de um sub-título que sirva de tematização do assunto. É claro que não deixarei de pedir a ele que envie mais informações complementares.


Para começar segue uma colaboração recente onde ele narra como descobriu de forma impírica uma maneira de combater as temidas abelhas iratins, notóreas saqueadoras da abelhas que criamos:  Fiquem então com as palavras do mestre:
 


"Vamos então ao método :

O meliponicultor Rotta , fuma paieiros … e  tem um condomínio de Plebeias nigriceps com muitas colónias na sua casa. Influenciado pelo Ben Hur Paludo nasceu neste homem gaúcho o gosto por criar essas abelhas pequenas.
No ano passado o as suas colónias foram invadidas pelas famosas iratins , estas entram nas colmeias e esta Plebeia tal com a remota e outras Plebeias ficam sem acção e se isolam a um canto deixando as ladras fazerem o seu roubo.

Rotta com o seu cigarro paiero  observava essas pilhagens , tentou afastar as Iratins com o bafo do fumo e as Iratins desistiram de seus ataques . Um acaso …

As grandes descobertas surgem e nascem de pessoas leigas …pequenas coisas viram fenómenos estrondosos …

O meliponicultor Rotta tem uma adoração enorme pelas suas Plebeias nigriceps que não abre as colmeias … pois não as quer molestar .
Eu quando estive na casa dele ainda ele recusava abrir qualquer das suas colmeias … nem á lei da bala ele abre as colmeias rsrsrsrsrsrsr

Ele percebeu que o fumo afugentava as Iratins …

O meu Amigo Ben Hur Paludo este ano viu uma colmeia de Plebeia droryanas  a ser pilhada pelas Iratins e chamou o Rotta que veio com os seus cigarros …
Paludo viu um monte de droryanas decapitadas no chão da casa dele .. percebeu que tinha a visita das limão.  Matou algumas , mas a colmeia estava cheia de abelhas as Iratins e as droryanas … se escondiam as duas , difícil  catar as iratins …

Então chegou o Rotta , preparam os paieiros e abriram a caixa e deitaram o fumo dentro …   as Iratins abortaram logo o ataque e saíram em correria , elas libertaram o grito de retirada …
Paludo colocou um garrafa Pet na boca da colmeia droryana e esta ficou cheia de Iratins , umas 600.

O facto curioso é que quando as Iratins batiam a retirada as droryanas despertaram da sua letargia e começaram a atacar as pilhadoras.  
Ora como as Plebeias saíram da letargia isto indica que a arma química das Limão foi inutilizada.

O Cappas já viu ataques de iratins a Plebeias e sabe que basta uma limão para estas entrarem em letargia , pois os Feromonas das Plebeias ficam apagados com o Desodorizante Apaziguador das Iratins ( isso já Cappas publicou ).  O único elo que sobra nas Plebeias quando existe o  feromona a Limão é a ligação rainha mãe e obreiras nas Plebeias , por isso elas se juntam a um canto e levantam uma parede de batume . Assim emparedadas esperam pelo final do ataque para depois poderem despertar .

Então o Cappas ao falar com os dois Meliponicultores percebeu que o fumo de paieiro neutraliza o ataque químico das Iratins colocando estas em fuga e desarmadas .

Nenhuma Plebeia sofreu com o fumo … só as Iratins saíram em debandada coisa que as Plebeias não fizeram . Assim se separa as abelhas… um método pratico …

As Iratins sofreram um banho de pó branco e foram libertadas …

As Iratins catadas manualmente pelo Paludo , levaram um banho de pó e foram soltas … mas tenham cuidado pois umas brancas voltaram para a colmeia alvo de saque …

Paieiro é um cigarro de folha de milho com fumo de corda  no seu interior.

Agora convido a todos do Abena a usar este fumo nas suas abelhas alvo a ser pilhadas pelas Iratins . Podem também usar quando as  Apis são atacadas … e depois escreverem no abena se a coisa resultou , pois só se sabe que em Plebeia dá resultado. Vamos ver se resulta com outros Meliponíneos ."

Cappas